A banda MUNA nasceu em 2013, quando o trio Katie Gavin, Josette Maskin e Naomi McPherson se juntaram ainda na Universidade do Sul da Califórnia para falar sobre assuntos que permeavam suas vivências.
A química entre a banda e a vontade de tocar e cantar suas experiências sobre sexualidade, corações partidos e auto aceitação, faz do MUNA uma peça única no cenário musical atual.
Pouco depois de se conhecerem e formarem o grupo, o trio lançou o ep ‘More Perfect’ (2014) exclusivamente no SoundCloud e Bandcamp. O sucesso inesperado chamou a atenção da RCA Records, que assinou com elus para a produção de seu primeiro trabalho oficial.
Mas foi só em 2016, após um ano de gravações intensas, que a banda lançou oficialmente seu primeiro projeto com uma gravadora, o ep ‘Loudspeaker’, que sucedeu o seu álbum de estreia ‘About U‘ (2017).
O título de banda queer pode até ter sido visto como um rótulo que elus não queriam carregar no início, mas que logo se tornou uma parte importante da identidade do MUNA e que é abraçado hoje em dia. A banda inteira se identifica como queer e Naomi McPherson é de gênero não-binário.
About U (2017)
O álbum de estreia do trio conta com doze faixas, as quais falam sobre relações abusivas, aceitação, liberdade, saúde mental e até mesmo política.
Em entrevista ao The Guardian em 2017, Naomi McPherson (guitarra e produção) comentou a relação das músicas do álbum com o momento político atual da época.
Com Donald Trump acabado de se tornar presidente dos Estados Unidos, a música ‘Crying On The Bathroom Floor’, que fala sobre uma relação de abuso, ganhou um novo significado: “Todos nós estamos entrando em um relacionamento abusivo com Donald Trump”, disse McPherson. “É sobre como a agressão sexual é comum para as mulheres. Pareceu importante falar que as pessoas acusadas de abuso sexual contra mulheres estão se tornando presidentes”.
Faixas de destaque: So Special, I Know A Place, Around U, Promise e Crying On The Bathroom Floor.
Saves The World (2019)
Com novos penteados e sapatos, a banda lançou em 2019 seu segundo álbum, o aclamado Saves The World. A escolha do nome do álbum, segundo elus, se deve ao fato de que “salvar a si mesmo é a chave para salvar o mundo”.
Elogiado pela crítica especializada e pelos fãs, o álbum teve como primeiro single e carro-chefe a música ‘Number One Fan’, que fala acima de tudo sobre amor próprio. A faixa dançante, entretanto, não representa todo o álbum, que ainda traz a essência melodramática do MUNA antigo.
Em ‘Pink Light’, por exemplo, ouvimos sobre o romance de uma noite que acaba ao amanhecer: “Eu continuo repassando essa história, pensando que se eu começar de novo, eu posso mudar a forma como isso termina”.
O álbum não só mostra o amadurecimento da banda nas letras e batidas, mas também nas temáticas abordadas, que falam sobre crescimento pessoal, desprendimento emocional e saúde mental.
Faixas de destaque: Number One Fan, Stayaway, Never, Pink Light e Good News.
Reprodução: MUNA e Isaac Schneider
MUNA nas redes sociais
O trio MUNA mostra que é possível fazer música com propósito, incorporar política em suas músicas e também crescer através de suas dores pessoais. O desejo da banda é que as pessoas se sintam seguras nas melodias de suas canções, que se encontrem em suas letras sobre assuntos tão importantes, que seus shows sejam um espaço de aceitação e que a gente possa salvar o mundo, começando por nós mesmos.
