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Review The 100 S03E16 – “Perverse Instantiation: Part Two”

ATENÇÃO: A análise a seguir contém SPOILERS do décimo sexto (e último) episódio da terceira temporada de The 100. Leia por sua conta e risco!

Instanciação Perversa: a implementação de um objetivo final benigno através de métodos destrutivos imprevistos por um programador humano.

Parecia que esse dia ainda demoraria, mas é o fim de mais uma temporada de The 100. Não foi ontem que eles pisavam na Terra pela primeira vez? Já é suficientemente difícil falar de um episódio que, não importa quantas vezes você assista, sempre te deixa sem palavras no final; mas falar de uma season finale de uma temporada tão arrebatadora e surpreendente como essa é quase uma tortura para encontrar as palavras certas. Sem dúvida alguma, o episódio S03E16 – “Perverse Instantiation: Part Two” foi cada vez mais esperado à medida que o tempo passava e é um orgulho enorme poder dizer que ele não decepcionou nem um pouco.

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Com a morte cerebral de Ontari e mais nenhuma opção que parecesse adequada àquela altura do campeonato, Clarke tem a ideia de usar a flâmula na própria mente, estando conectada à Ontari e seu sangue por uma espécie de transfusão constante. É um plano brilhante, certamente, o que nos permite ponderar a razão de não ter sido pensado antes. É claro que os riscos eram imensos para a vida de Clarke, mas de qualquer forma, podia ter sido outra pessoa a carregar o peso de salvar o mundo nos ombros e, nisso, sacrificar a própria vida se preciso? Sabemos bem que esse papel sempre cairá para a nossa Comandante da Morte, afinal. E também sabíamos que Clarke, no final das contas, acabaria indo para a Cidade da Luz, não é? Com a I.A. dentro de sua mente, ela então percebe que o único jeito de deter A.L.I.E. seria tomando o chip que a levaria para a Cidade da Luz e, lá, ela teria que encontrar a alavanca de autodestruição que colocaria um fim em toda essa história.

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O retorno de Lexa foi grandioso, assim como sua personagem. Depois de tantas imagens e vídeos das gravações que se espalharam por toda a internet há um tempo atrás, todos já esperavam que houvesse um reencontro entre as duas na Cidade da Luz. E, embora não estivesse realmente claro qual seria o papel de Lexa no episódio, é impossível discordar que sua volta foi uma das coisas que mais fez a finale valer a pena. Foi maravilhoso vê-la trabalhando ao lado de Clarke mais uma vez justamente quando ela mais precisava; mais do que isso, foi de partir o coração ver a maneira como Clarke reagiu ao revê-la. Não quero provocar guerras desnecessárias, mas não há como não enxergar o amor de Clarke e Lexa claramente estampado nesse episódio – e mesmo que alguém não enxergue, Clarke fez o favor de verbalizar. Além disso, Lexa sacrificou seu espírito/mente para ajudar Clarke, o que de certa forma fez com que sua segunda “morte” fosse muito mais significativa e memorável do que a primeira.

Bellamy foi um personagem com um arco definitivamente complicado nessa temporada e, certamente, dividiu opiniões entre fãs e espectadores. No começo da primeira temporada nós o tínhamos como alguém facilmente detestável por muitos e logo depois ele passou a ser o “herói” que todos podiam contar para qualquer coisa. Não é de se admirar que ele tenha caído no conceito de boa parte dos fãs ao tomar decisões mal pensadas ao lado de Pike; decisões que tiveram consequências extremamente impactantes. Mas apesar das coisas horríveis a quais ele teve uma certa parcela de culpa, Bellamy nunca pareceu realmente buscar uma redenção para seus erros, exceto quando se tratava da irmã, e nunca chegou a admitir que estava do lado errado.

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Demorou um bom tempo, mas aconteceu na hora certa: Bellamy admitiu que sua necessidade de vingança o colocou do lado errado e ainda disse para Pike que somente precisava acreditar que os Grounders eram ruins e os Skaikru eram bons. É claro que nesse mundo não existe exatamente o bem e o mal, assim como não existem mocinhos, então eu me arrisco a dizer que se trata de dor e culpa, uma ligada à outra. Quando a dor parece ser mais forte do que você, você eventualmente acaba encontrando alguém para colocar a culpa, para tentar diminuir o fardo de carregá-la sozinho. É fato que Bellamy estava sofrendo quando anunciou seu ódio aos Grounders e colocou a culpa neles, assim como Octavia ainda sente a dor da morte de Lincoln e vê Pike como culpado. Obviamente não há como comparar o arco de Bellamy e Octavia quando nenhuma dor é exatamente igual, mas a necessidade de livrar-se dela continua sendo a mesma. Isso foi forte o suficiente para fazer com que Octavia matasse Pike, mesmo que ele tenha salvado a vida dela momentos antes. Não podemos dizer que a atitude dela foi errada, não é? Mesmo que tenha sido útil no final, Pike merecia pagar com sangue e Octavia merecia ter a chance de fazer justiça.

Assim como as melhores e mais marcantes season finales, todas as respostas são dadas no último segundo e nós finalmente fomos capazes de entender o real plano de A.L.I.E. Ela revelou que as usinas nucleares que não foram destruídas pelas bombas do primeiro apocalipse ficaram instáveis com o tempo. Mais de uma dúzia de áreas de perigo estavam ao redor do mundo, sendo sete delas já em estado de fusão. Os níveis de radiação global já subiam rapidamente e, em cerca de seis meses, 96% da superfície terrestre estaria inabitável. Dessa vez não era alguém querendo acabar com o mundo, mas sim o próprio mundo respondendo aos resquícios do apocalipse. Lutar contra isso seria o mesmo que lutar contra a natureza.

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Felizmente, Clarke fez a pergunta que passou pela cabeça de todos nós: por que contar isso só naquele momento, quando A.L.I.E. podia ter usado essa informação para fazer as pessoas tomarem o chip? É assim que podemos concluir que ela conseguiu convencer Jaha a ajudá-la a recrutar mais e mais pessoas, já que isso nunca foi realmente mostrado na série. Apesar disso, não se pode dizer com toda a certeza que essa informação é verídica quando estamos falando de A.L.I.E. momentos antes de ser destruída; quando alguém está com a mão na alavanca que vai te destruir, o que você seria capaz de dizer para fazê-lo mudar de ideia?

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A breve “conversa” entre Becca e A.L.I.E. foi algo curioso e interessante por se tratar de duas mentes brilhantemente parecidas e, ao mesmo tempo, tão distintas, especialmente na definição de Instanciação Perversa – nome que intitula os dois últimos episódios. É assim que podemos entender um pouco sobre como A.L.I.E. funciona: seu comando central sempre foi tornar a vida humana melhor e, por isso, ela não era capaz de enxergar problema algum em fazer algo ruim quando existia uma intenção boa, como, por exemplo, matar bilhões de pessoas para solucionar superpopulação. Para ela, os fins justificavam os meios. Isso é algo que frequentemente vemos em The 100: decisões ruins tomadas por pessoas que pensam estar fazendo a coisa certa.

Na semana passada, eu disse que The 100 estava nos mostrando através dos últimos episódios o quanto evoluiu e amadureceu desde o piloto da série. Mas, na verdade, a série tem feito isso durante toda a temporada. Apesar de muitos acontecimentos que não satisfizeram os fãs e demais espectadores, como mortes inesperadas de personagens que vão fazer falta, a terceira temporada mostrou o quanto a série cresceu em questão de roteiro, produção e atuação. The 100 é uma série sobre sobrevivência e não poupa esforços em fazer seus personagens serem testados física e psicologicamente; com isso, o elenco foi capaz de mostrar sua competência ao interpretar as dores, os traumas, os conflitos e as histórias de cada um deles. A terceira temporada merece reconhecimento por conseguir se destacar nisso.

Finalmente, agora que a humanidade parece estar em contagem regressiva, o que podemos esperar da quarta temporada? (Além de lágrimas, é claro). Por fim, gostaria de agradecer àqueles que sempre estão por aqui lendo as reviews e comentando os episódios conosco, isso significa muito!

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Observações finais:

– As cenas de luta da Lexa nesse episódio superaram as da série toda. Parece uma samuraizinha <3

– Abby contra Jackson e Kane contra Bellamy foi algo bastante significativo, para quem gosta de detalhes. Tratava-se de mestre contra aprendiz.

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– Raven ajudou Clarke a salvar o dia, sim! Essas duas <3

– Monty não estava machucado, gente? Ele apareceu 100% recuperado…

– Jasper, só tenho um recado para você na quarta temporada: melhore!

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– Queria guardar esse espacinho e dedicá-lo ao Murphy que ganhou meu coração nessa temporada. Ele foi um personagem que cresceu cada vez mais, mas sempre manteve a sua essência da primeira temporada. Que continue assim <3

– “Nossa luta não acabou”. Essa doeu.

– 2017, então? Que nos reencontremos novamente!

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A 4ª temporada de The 100 vai ao ar no início de 2017 no EUA pela CW. No Brasil a MTV ainda não se pronunciou sobre a exibição.

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