SIGA NOSSAS REDES SOCIAIS

Olá, o que você está procurando?

Críticas

Crítica | Beau Tem Medo (2023); novo terror de Ari Aster choca até os fãs


Beau Tem Medo, do mesmo diretor de Hereditário, é o mais experimental dos longas do diretor e o único não engessado. Onde sua mirabolância na construção de eventos vai ao extremo. Um filme longo, que mesmo forçadamente consegue fazer o espectador sentir o mesmo horror que Beau sente.

Beau Tem Medo é o novo filme do amado Ari Aster. Onde o aclamado ator Joaquim Phoenix, colabora com o diretor em um dos lançamentos mais aguardados do ano. O filme trata-se de um homem de meia idade chamado Beau que precisa visitar sua mãe, entretanto, inúmeros acontecimentos o impedem dessa simples tarefa.

Começando por um dos grandes nomes do filme, Joaquim Phoenix, temos uma grande dualidade: copo meio cheio ou meio vazio. Ao decorrer do filme, conseguimos sentir o ator quase no automático, muito se da ao fato de estar enlatado a suplicar desculpas o filme inteiro, por outro lado, o filme só da certo porque Joaquim consegue nos ganhar e nos faz sentir seu desamparo. Apartir daí, conseguimos acompanhar o filme e sentir algo.

Não da para dividir o filme em atos, e se tentarmos, seriam quase uma dezena. Mas logo no início, temos a primeira estética, a de sociedade insalubre. A obra aborda de maneira expressiva e caricata uma sociedade problemática e nociva para nosso protagonista com putas, assassinatos, drogas, violência extrema e tudo de ruim que possa existir. Apartir daí, percebemos que Beau, por mais velho que seja, passa a sensação de ser uma criança frágil perante o mundo e nisso nos pegamos até o final do filme.

PUBLICIDADE

O terror psicológico, a tendência contemporânea e grande marca da produtora do filme, a A24, é o tiro pela culatra. Nesse filme as convenções do terror psicológico são usadas e abusadas, isso em muitos momentos soa destoante da obra num geral e nesses casos perdemos a imersão e pensamos “quantas horas será que já passou?”. É quando as coisas ficam apenas chatas, perdendo emotividade.

Acerto do filme foi jogar com as características do cinema contemporâneo, quais? O pós-modernismo; desde o uso de metalinguagem, materializar o surrealismo, a estilização dos seus planos que poderiam ser simples até a complexificação da narrativa. Usando de muitas reviravoltas o filme todo, sempre reabastece o gás que faz o espectador continuar assistindo. Esses pontos são certeiros pois o filme é longo e é o que impede a fadiga.

Por ter uma longa duração e com muito eventos, não da para se traçar um sentido geral, uma unidade. Será comum ouvir por aí pessoas dizendo que não entenderam o filme, e isso é culpa apenas do Ari Aster. Ao arriscar, todos seus fãs que foram construídos com uma abordagem cinematográfica “clássica” ficarão desorientados ao se depararem com a liberdade que o diretor toma no seu mais recente filme.

PUBLICIDADE

Aqui eu gostaria de acrescentar um pequeno comentário: O terror não tem fim, não o terror no sentido de gênero mas no sentido de situações que geram desespero, começa nos primeiros minutos de filme e só termina nos minutos finais, na morte do protagonista.

Toda essa “liberdade” encorporada aqui, cria muitos momentos marcantes, como quando Grace suspeitosamente pede para Beau assistir a tv e nela ele consegue ver o passado, alguns minutos anteriores ao momento presente simplesmente apertando o botão de voltar. Quando aperta para avançar, consegue ver minutos a frente, o futuro. Nessa parte estamos incrédulos com a situação. Ou quando no início do filme, vemos a cidade com pessoas tão degradadas que parecem zumbis, e ao fundo Beau correndo em direção a câmera como se fosse nos atropelar, mas estava apenas fugindo dos perigos da rua numa tentativa de entrar em casa. Ou até mesmo assistindo a peça de teatro, onde não conseguimos saber o que é real e o que não é, que está sendo imaginado, o que faz parte da peça e o que é delírio.

Se eu fosse dar um veredito depois de tantos pontos citados, eu diria que a experiência é agradável. Eu sei que falar isso de um filme de terror é no mínimo confuso, mas sentado na cadeira você vai ficar perplexo e uma hora e outra vai pensar “nossa, isso é legal”, “nossa, que bosta isso”. Mas, quando alguns dias depois se pegar pensando no filme, as cenas boas ficarão reverberando na mente. O filme vai chocar os amantes do Ari Aster e atrair os não fãs, assim como foi comigo. Até aqui, esse é seu melhor longa-metragem, mas não que seja difícil superar os outros dois.

PUBLICIDADE

Revisão: Isabela Monteiro

Essa crítica foi escrita por Gustavo Batista. Siga o autor nas redes: Instagram e Letterboxd

PUBLICIDADE
Comentários

Veja Também:

Curiosidades

Zepotha é o filme de terror mais famoso que NUNCA existiu

Filmes

Filme será lançado de forma digital no dia 29 de setembro

Filmes

Fale Comigo 2 já está a caminho!

Filmes

Filme é uma das grandes apostos do gênero de terror em 2023

PUBLICIDADE